Oi turma!!
Tudo bem?
Pois, aqui tudo.. Como alguns já sabem, me submeti, a exatamente um mês, a uma cirurgia de artrodese lombar, uma cirurgia que consiste em fundir vértebras com uso de vergalhões e parafusos, falando de maneira simplificada. Resolvi escrever esse artigo pra compartilhar minha experiência como um modo de juntar minha informação com as múltiplas que se pode encontrar na net e que são, como já sabemos, das mais variadas.
A experiência com essa cirurgia pode ser diversa, e o grande problema consiste em que muitos que estão realmente ruins jogam sua esperança de melhora toda em cima da cirurgia, ou mesmo uns que não estão efetivamente ruins fazem a cirurgia sem ainda não ser realmente necessário e tem, claro, com isso, a piora da dor.
Como sabemos, artrodese, na medicina, significa fusão, ou seja: Fusão óssea de uma articulação. Contudo, a referida articulação, com a artrodese, deixa de existir. Isso pode ser um dado bastante relevante quando se pensa em fazer uma artrodese, especialmente na coluna. Simplesmente por que a mobilidade vai diminuir, e possivelmente vai haver dor se essa mobilidade for tentada (Nos primeiros tempos), como eu mesmo pude confirmar durante minha experiência com essa cirurgia.
Para compartilhar minha experiência de uma forma passo a passo, então, vou começar por alguns fatos que vieram antes dessa cirurgia:
Em 2009, após diversos problemas e diminuição grave da mobilidade na perna esquerda, e, claro, muita dor, fui submetido a uma cirurgia de hérnia de disco, com o DR. João Ivan Lopes, em Pelotas. Ainda antes dessa cirurgia ele me falou que estava tendo disgaste no disco entre l5 e s1 e que, mais cedo ou mais tarde, eu teria de operar provavelmente pra fazer uma cirurgia que iria “fundir” essas vértebras diminuindo, com isso, a dor. Até chegou a levantar a questão de fazer junto já essa cirurgia mas eu não quis.
Após a cirurgia ele me pediu o exame de densitometria óssea, por que achou meus ossos fracos demais para minha idade. Feito então o exame descobriu-se osteoporose grande na coluna, e também perda no quadril e fêmur. Estava ali, claro, uma das prováveis causas do problema. Com o tempo, claro, somamos a ela algumas outras.
Feita então a cirurgia de hérnia, tive uma recuperação boa e sem grandes problemas. Por 2 anos tive tranquilo, até que em 2011 voltei a sentir dor, de forma leve. Após um exame de rotina o médico em questão falou que eu havia perdido, já, mais ou menos 30% do disco. Voltamos à questão da artrodese, que, mais cedo ou mais tarde eu teria de fazer e estava chegando a hora, aparentemente.
Contudo, consegui prorrogar até fim de 2012, quando voltei a sentir, de fato, dores fortes não só na coluna como nas pernas, especialmente esquerda. Então voltei ao DR. João Ivan, e decidimos que, de fato, já estava na hora de tentar a artrodese, por que a tendência, doravante, era somente piorar e não melhorar.
Fiz então a cirurgia, no dia 19/1/2013. Confesso que estava deveras nervoso, especialmente por que, como costumo fazer, busquei na internet informações sobre essa cirurgia e elas eram tão diversas que não havia um parâmetro onde eu pudesse me fixar. Teve alguns dizendo que tiveram um resultado ótimo já desde os primeiros dias; Outros dizendo que os primeiros meses foram uma tortura mas depois melhoraram, outros dizendo que ficaram na mesma, e claro, alguns dizendo mesmo que fizeram a cirurgia e se arrependeram! Como não ficar nervoso numa situação dessas?
Contudo, como quase sempre acontece, me armei de coragem (Que eu nem sei de onde tirei tendo em conta as mais diversas referências), e fui lá e fiz a cirurgia.
Como descrever o pós operatório? Não foi jamais um mar de rosas, mas também não tão horrível quanto poderia ter sido. Eu não sabia que iria ter de colocar sonda na urina: Que coisa chata e desagradável aquilo! E pra tirar então: Não dói, mas arde e incomoda pra caramba… Mas, resumindo a questão: No primeiro dia tive abaixo de morfina e dolantina, e devo dizer que sempre que passava um pouco dos efeitos desses remédios a reação que vinha (Me refiro à dor) não era nada interessante. Soma-se a isso a questão chata e desconfortável de não poder se virar na cama, tendo de ficar de barriga pra cima (Posição na qual eu literalmente nunca consigo dormir). O DR. João Ivan tinha deixado prescrito um medicamento pra me auxiliar no sono se eu pedisse, o qual eu não pedi por que tenho apineia, e pensei: Apineia+remédio pra dormir+barriga pra cima= Uma combinação não muito recomendável… Então, preferi o cansaço e o atraso no sono. Felizmente no outro dia de manhã quando o DR. João Ivan foi me fazer o curativo já autorizou que eu virasse de lado, o que, claro, me botou pra dormir tranquilamente por muitas horas e de forma natural e sem riscos.
Devo dizer que, tanto naquele dia quanto nos primeiros (Especialmente primeira semana), coisas simples como por exemplo se virar na cama se tornam um pouco mais complicadas e se não fossem feitas com apoio dos braços, por exemplo, dói, e o suficiente pra desanimar um pouco. Contudo, nada tem a ver, mesmo nesse estado crítico de pós operatório, com a dor de antes da cirurgia.
Já no terceiro dia, (Dia 21), de tarde, me levantei da cama, não sem algum esforço e também não vou dizer que sem dor, mas o fiz. Já deu até pra tomar um mate com a mãe e a namorada e fiquei mais ou menos uma hora entre de pé e sentado.
Depois, claro, voltei prà cama e só voltei a levantar no outro dia, pra ir pra casa. Devo dizer, que nesse referido dia quase não levantei, por causa da dor, mas no fim consegui, e então pude sair do hospital.
Fiquei os primeiros 4 dias na casa da mãe da minha namorada e então depois fomos pra nossa casa. Mas já no dia seguinte (dia 23) já pude dar algumas caminhadas e ajudar minha mãe a resolver uns problemas computadorísticos, embora tenha quase tido eu um problema por exagerar com o tempo de pé e etc.. Mas tudo bem. Após a primeira semana eu já conseguia ficar bem mais tempo sentado ou de pé, e na segunda semana, tirei os pontos. E devo dizer que essa parte também é bem desagradável: Como levar 22 picadas de agulha duma vez só, uma atrás da outra.. Mas tudo bem: Feita a retirada dos pontos até aproveitei, com alguns cuidados, pra dar uns passeios no centro com a mãe e a Denise. Já voltei pra casa de ônibus e procurei, desde então, agir o mais normal possível, retornando, dentro do permitido, à minhas atividades normais. Hoje estou quase completamente sem dor, (Exceto se faço algum esforço maior), e quase me arrependi de ter cancelado o semestre na facul. Só não estou “completamente” arrependido por que ainda, se cometo algum exagero, tenho um pouco de dor.. Mas não é nada que mesmo um paracetamol 750 e um pouco de repouso não resolvam.
Então, resumindo, o que tenho a dizer sobre essa cirurgia? Nos primeiros dias tu te arrepende, e quase xinga a mãe do cara que inventou ela, mas eu, no meu caso, pelo menos até agora estou tendo uma recuperação excelente, o que fez valer apena o sacrifício. Contudo, relatos como o meu e alguns outros que li, de uma recuperação excelente, são poucos; E deixo um recado à aqueles que estão pensando em fazer essa cirurgia: Pense bem, e avalie bem com seu médico se a possibilidade de melhora é suficiente pra valer o sacrifício do operatório/pós operatório, e mesmo os riscos que nessa (Bem como em qualquer cirurgia que envolve implantes) tem. Feito isso, se achar que vale apena realmente e se você verdadeiramente sente dor a ponto de achar que vale o risco, opere, e, claro, espero que tenha a mesma sorte que eu, e que pegue um bom médico e uma boa equipe pra lhe operar e cuidar do pós operatório. Feito isso, e dado o meu depoimento e recado, deixo a vocês dois links pra olharem, não só pra entenderem o que vai acontecer se fizerem essa cirurgia, como pra não decidirem entrar nessa levianamente:
Vídeo: Mostrando uma cirurgia de artrodese lombar: http://www.youtube.com/watch?v=5SqonUeHS-8
Artigo sobre artrodese lombar no site Dores crônicas: http://dorescronicas.com.br/cirurgia-de-artrodese-lombar-o-que-fazer/
Devo dizer que depois que li esse artigo fiquei um pouco assustado e quase desisti da cirurgia (Isso foi um dia antes de internar); Mas o que o autor do artigo fala é mais ou menos o que estou falando de forma resumida: Não entrem nessa levianamente. A cirurgia pode ser muito positiva, mas deve-se avaliar se realmente é necessário fazer. Eu mesmo não resolvi todos os meus problemas com ela: Ainda tenho dor nas costas, provocada por um problema na região dorsal, mas receio ainda não valer apena operar nesse caso e também não é algo que não se possa suportar.
Termino esse artigo agradecendo às pessoas que doaram sangue para eu poder fazer a cirurgia, bem como a aquelas que ajudaram a divulgar no facebook/twitter. Em apenas 2 dias conseguimos os 5 doadores que eu precisava!!
E, agora, fico por aqui esperando que todos que leiam esse artigo tenham a mesma sorte que estou tendo e que meu depoimento, somado ao material que postei junto com ele, sirvam também de acréscimo às orientações que muitos que vão fazer essa cirurgia ainda precisam.
Leiam bastante, pensem bastante e avaliem bem com o médico.. Feito isso, boa sorte e bola pra frente!!!
Um abraço
Fernando
471 respostas para “Cirurgia de Artrodese lombar: Compartilhando minha experiência”
Meu pai fez Artrodese há dois anos e agora está sentindo umas dores , que de acordo com ele é quase mortal. Ele alega que é como um choque e parece que a perna está sendo dilacerada…e na sequência parece que a dor é desligada como se não tivesse mais nada. As dores ocorrem em segundos e mais na madrugada. está tendo poucas horas de sono a noite, oque piora sua condição. Ele diz que se as dores continuarem por um período de tempo prolongado ele diz que não vai suportar.
[…] Pois, quem lembra Desse post aqui? […]