Cidades Pobres X Prefeitos Ricos


Tempo de leitura: 3 minutos

Oi turma!!

Pois.. Tirando o atraso, aqui vai mais um texto do Pedro Cardoso da
Costa, sobre certos governantes que quando “assumem o poder” tem um
determinado padrão financeiro e quando o deixam, bom, “por alguma rasão
esquisita”, estão 3 ou 4 vezes mais ricos que o que eram antes… Vamos
ao texto, e deixo o comentário para vocês…


Cidade Pobre X Prefeito Rico

Há dez anos escrevi um texto em defesa do voto facultativo. Uma década depois, quase ninguém o defendeu publicamente. O contra-senso é quase todos atribuírem
às reformas a solução de todas as mazelas políticas.
As eleições continuam sendo realizadas a cada dois anos. Uma serve de trampolim ao político da vez à eleição seguinte. O cidadão continua pagando pela propaganda
política gratuita no rádio e na televisão, à base de compensação de impostos.
A partir de determinado período deste ano, todos se encherão mais uma vez com as mensagens chatas, sem conteúdo algum, de pretensos candidatos que, além
de nem saberem falar corretamente, vão repetir exaustivamente os velhos clichês e as promessas bestiais de sempre.
Os candidatos farão declaração de bens e rendimentos junto aos respectivos pedidos de registro. Os eleitos, depois de quatro anos, duplicarão, quadruplicarão
seus bens, sem nenhuma outra atividade, apenas com o salário de prefeito. Alguns, praticamente sem nenhum bem na apresentação do registro, se tornarão fazendeiros,
empresários de emissoras de rádio e agência de revenda de automóveis de luxo. Essa ascensão é corriqueira, de conhecimento público, notório e generalizado.
Nas campanhas, prometerão tudo a todos, porque os eleitores votam nos candidatos que prometem mais. Trata-se de um círculo vicioso. Sem promessa fantasiosa,
o candidato não se elege. Como promete a todos, depois de eleito não tem como cumprir. Aí, os eleitores não contemplados são os primeiros a malhar o político que
elegeram.
De início, os prefeitos colocarão nos postos de direção, trarão para perto os servidores bajuladores, mesmo sem nenhuma competência. Mandarão para muito
longe funcionários excepcionais apenas por terem sido adversários políticos. Eis a principal ação de todos os prefeitos, em especial de cidades pequenas. Nas cidades
do Nordeste, a grande realização de cada prefeito é trazer, a preço de outro, uma banda de forró famosa para animar o São João de sua cidade. Por conta das despesas
com essas bandas, hospitais ficam sem esparadrapo, aulas são ministradas em currais de gado; alunos são transportados em espeluncas de ônibus; merenda escolar fica
no imaginário de alguns. A mudança de priorização virá quando as pessoas perceberem que essas ações não são por fatalidade. E as autoridades, especialmente o Ministério
Público, intercederem para exigir a penalização criminal por omissão de prefeitos, quando morrerem pessoas por falta de remédio, de equipamentos adequados e de médicos,
em função de priorizarem festas à Saúde.
A mudança mais perceptível é do patrimônio do prefeito eleito, que compra logo carrões, muitos importados. A cada ano sua riqueza se amplia a ponto do
município não comportá-la e expande a outros. Até agora, com tantos órgãos oficiais de fiscalização, não se tem notícia de nenhum condenado por enriquecimento sem
causa, com devolução do dinheiro ao Erário Público. Os mais renomados, como Orestes Quércia e Newton Cardoso, tornam-se capa da revista Veja. Os prefeitos de pequenas
e paupérrimas cidades guardam reservas para se tornarem deputados, quando reabrem as portas de suas residências aos seus munícipes. Os eleitores guardam os votos
para vendê-los literalmente ou trocá-los por outras promessas na próxima eleição. E viva o povo brasileiro!

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito


E então? Detalhe: Estou tentando conseguir com o autor o texto que fala
sobre o voto facultativo, seria um assunto interessante pra a gente
discutir por aqui; assim que o conseguir, trago ele pra cá…

Abração e aguardo os comentários! Deixo pra botar minha opinião sobre o
assunto assim que eles vierem…

Fernando

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Uma resposta para “Cidades Pobres X Prefeitos Ricos”

  1. É a verdadeira panela política, sabe? E os eleitores continuam com
    aquela velha frase: “daqui a quatro anos te dou o troco!” E nunca dá…
    se dá, é de forma triste, por que elege sempre um pior, e que não tem
    experiência. Pedro falou a verdade sobre o povo, que só prestam para
    cair nas promessas dos políticos, e quando um candidato entra na sua
    casa…. aí começa a pedir: “Senhora, bom dia, ou boa tarde! Me consiga
    um pouco de café? Suas crianças são todas lindas… e vou colocar todas
    na escolinha.” Passou campanha, passou promessas.
    Assim vai: do político para o povo, do povo para o político, e ficamos
    a perguntar: que dia isso vai mudar? Onde vamos parar? Nosso povo
    precisa acordar, avaliar, investigar sem medo, a vida daquele
    candidato! Onde este sujeito participou de algum projeto social? Onde?
    É isso que o povo tem que ver, olhar, abri os olhos, e prestar atenção
    naquele prefeito, vereador, (senador e presidente nem tanto), mais
    vereador (estamos em ano de eleição), e não abri! Eu além de nunca ter
    recebido político aqui, também se chegar: “Não posso te atender; vou
    sair.”

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